sábado, 4 de fevereiro de 2023

Poesia datada








Data

Dia, mês e ano.
Hora, minuto e segundo.
O dia de hoje.
O dia da vitória.
O dia da superação
e a modernidade líquida
a nos afogar no mar de incertezas.

 

Não há mais nada para durar.
Não há nada mais definitivo.
Tudo é volátil
Tudo muda o tempo todo!

A tríade oscila em velocidade dinâmica.
Opiniões que mudam.


Descobertas que nos transtornam.
O determinismo genético.
O determinismo histórico.
Como poderemos ser livres?

 

Não há nada para se resgatar.
O passado é uma lama infecta.
O presente desfila em decadência.
E, o futuro é abismo profundo.
Quem sobreviverá?


Data.
Dia, mês e ano.
Galáxia, planeta e país.
A tríade no persegue.
Até na fé.
Até o fim.

 

Seres indeterminados
determinados por todas suas circunstâncias.

A que horas haverá a rendenção?
A que horas todas as bençãos serão derramadas?
A que horas  a despedida da vida será um
recomeço?

 

Perguntas respondidas pelo silêncio.
Sob a gramática do vento.
Sob a ortografia do ego.
E, na sintaxe do pós-modernismo.

GiseleLeite